Através de errâncias por cidades da costa atlântica, Auriceleste Zimmermann cria fotos e vídeos que, agrupados, formam um documentário ficcional que revela a vida da espécie rara Vera Pequeno, personalidade assumida esporadicamente pela artista. Ao mesmo tempo é um documentário afetivo dos lugares por onde migra essa espécie litorânea. Acompanhada em suas andanças por colaboradoras locais, Vera Pequeno deixa que os caminhos e a performance sejam decididos junto com a cidade, suas habitantes e entidades.
Nas profundezas se cumprem mutações. A água é signo de morte, transformação e potência de vida. Essa viagem também é mística.
Em vídeo e fotografia, é retratada a vida de Vera Pequeno, objeto espetacularizado como as baleias e golfinhos do SeaWorld, animais expostos em zoológicos, peixes ornamentais, documentários sobre a vida das espécies. É um documentário sobre a espécie construída no corpo da artista. Indefinida, sem fim, mutante, afetada. Mas aqui Vera é dona.
Em profunda sincronia com a possibilidade humana de prover a própria vida e destruir as outras, tenta criar imagens de solidariedade com diferentes formas de existência. Mas será possível?
Este vídeo é a parte final do documentário ficcional.
Ficha técnica do trecho:
Auriceleste Zimmermann: criação, performance, direção, figurino e fotometria. É Vera Pequeno.
Cali Ossani: captura de Vera e colaboração artística.
Sabrina Lopes: acompanhamento, produção e colaboração artística.
Claudia Washington: Edição e colaboração artística.
Cast:vera pequeno